Confira sete orientações técnicas

05-Dez-2024
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Otimizar o manejo dos animais durante essa etapa é fundamental para minimizar o estresse térmico, promovendo tanto o bem-estar dos suínos quanto os resultados econômicos do setor.

O transporte de suínos é uma operação delicada que exige atenção especial dos produtores e da indústria. Composta por procedimentos minuciosos, a transferência dos animais das unidades de produção para o frigorífico envolve diversas situações estressantes, que podem afetar o bem-estar animal e a qualidade final da carne. O aumento das temperaturas intensifica esses desafios, especialmente com as ondas de calor esperadas, mesmo fora do verão. Nesse cenário, otimizar o manejo dos animais durante essa etapa é fundamental para minimizar o estresse térmico, promovendo tanto o bem-estar dos suínos quanto os resultados econômicos do setor. Confira a seguir sete orientações técnicas para otimizar o manejo de transporte de suínos sob desafio climático.

1- Redobre a atenção com o horário de transporte dos suínos

Com a mudança dos padrões de temperatura, planejar, com precisão, o embarque dos suínos tornou-se ainda mais importante. É necessário que tudo esteja programado para evitar atrasos que exponham os animais a estresse térmico, seja durante o carregamento ou quando já estão alojados na carroceria do caminhão. Embarque os animais nas horas mais frescas do dia, antes das 6 horas da manhã ou após as 17 horas, e deixe tudo organizado para que o caminhão possa seguir viagem o mais rápido possível.  

2 – Adote critérios rígidos ao definir a densidade dos animais nos caminhões

A densidade dos suínos alojados no caminhão influencia diretamente a temperatura dentro da carroceria. Em tempos de altas temperaturas esse aspecto ganha ainda mais relevância. Evite a alta densidade dos suínos no veículo, garantindo que os animais tenham espaço suficiente para se deitar simultaneamente sem se amontoar. Uma densidade inadequada aumenta o estresse térmico e compromete o bem-estar animal. Para assegurar as melhores condições, consulte os técnicos da unidade de produção e verifique a conformidade com a legislação vigente sobre densidade, condições do veículo, categoria animal a ser transportada, horário de realização do transporte e sua duração. De acordo com a realidade local, a redução da densidade pode ser necessária, a fim de evitar animais mortos, cansados e lesionados.

3 – Reforce o cuidado com o tempo de jejum dos suínos

Em dias quentes, é fundamental redobrar a atenção ao jejum pré-abate. A aplicação correta da restrição alimentar nesse período não apenas melhora o bem-estar dos animais, como também impacta a qualidade da carne. O jejum total antes do embarque deve ter uma duração mínima de 6 horas e não deve exceder 24 horas até o abate. É essencial garantir que, durante todo esse período, os suínos tenham acesso irrestrito à água, evitando a desidratação e contribuindo para a manutenção do bem-estar.

4 – Molhe a carga após o término do embarque

Em dias de temperatura igual ou superior a 15°C é crucial molhar os animais imediatamente após o término do embarque, antes de o caminhão deixar a unidade de produção. Essa prática ajuda a evitar o estresse térmico, minimizando as perdas durante o transporte dos suínos, da granja ao frigorífico. Atenção: não permita que o caminhão permaneça parado após o procedimento, isso pode aumentar a mortalidade. Além disso, assegure uma ventilação adequada para os animais durante todo o trajeto, contribuindo para o seu conforto e bem-estar.

5 – Dedique atenção total nas 2 primeiras horas do transporte

O período inicial da viagem é o que gera mais agitação nos animais. Ruídos, vibrações, mudanças súbitas de velocidade, variação de temperatura, odores desconhecidos e espaço social restrito são situações novas para os animais e, por isso, muito estressantes. As primeiras duas horas do trajeto são especialmente delicadas e importantes para que os animais se acalmem e ocorra uma redução da temperatura no compartimento de carga, o que influencia diretamente a qualidade do ambiente e a sobrevivência dos animais. Instrua o motorista a conduzir o veículo de forma tranquila, preferencialmente entre 60-80 km por hora, e a não parar nas duas primeiras horas depois de sair da propriedade. Caso uma interrupção seja realmente inevitável, o caminhão de ser estacionado em local sombreado e ventilado, garantindo conforto aos animais.

6 – Monitore com rigor as condições dos veículos

Fortaleça a vigilância sobre as condições dos caminhões utilizados no transporte. Recentemente, o Ministério do Transporte atualizou a Resolução Contran n° 791/2020 – VTAV, que estabelece normas específicas para veículos que transportam animais vivos. Verifique se os caminhões estão equipados para minimizar o estresse e promover o bem-estar dos animais durante o trajeto. Entre as exigências da normativa estão o piso antiderrapante, dispositivos para controle de temperatura e ventilação, além de equipamentos para o fornecimento de água aos animais durante a viagem para os novos veículos a serem adquiridos. É igualmente crucial que o caminhão esteja sempre lavado, desinfetado e em excelentes condições de limpeza para garantir um transporte seguro e saudável.

7 – Realize o descarregamento o mais rápido possível

Ao chegar ao abatedouro, estacione o caminhão em uma área sombreada e bem ventilada. O descarregamento deve ser feito o mais rápido possível, pois, após o término do transporte, a temperatura dentro do veículo sem climatização pode aumentar de 3 a 7°C em apenas 5 a 10 minutos (uma taxa de cerca de 1°C por minuto), dependendo de fatores como temperatura ambiente, umidade e exposição ao sol.

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