Influenza suína: Quais são as estratégias que fazem a diferença no controle do agente

16-dic-2024
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Negligenciar manejos básicos, como limpeza e desinfecção, ou o cuidado com os animais de reposição, pode facilmente resultar em um desequilíbrio sanitário em todo o plantel.

O vírus Influenza tipo A é um agente que se caracteriza pelo seu difícil controle, isso se deve a alguns fatores intrínsecos que fazem com que ele permaneça por um longo período no sistema de produção, apresente alta morbidade e consiga evadir o sistema imune devido à sua ampla variabilidade antigênica (TORREMOREL, 2012). Por meio dessas características podemos entender por que é tão desafiador o controle desse vírus nas granjas, o qual ainda leva prejuízos significativos ao sistema de produção.

Quando falamos de agentes virais, devemos lembrar que eles não apresentam sensibilidade à maioria das moléculas terapêuticas utilizadas no sistema de produção, sendo que em grande parte são direcionadas para agentes bacterianos. Em relação aos agentes virais como o Influenza, estratégias de biosseguridade, manejo, planejamento estratégico do sistema de produção e vacinação para redução da excreção e circulação viral são os principais pontos a que devemos nos atentar (TORREMOREL et al, 2012).

Em relação à vacinação, esta é altamente utilizada no sistema de produção americano e europeu, sendo observado por meio desse manejo uma redução na severidade das lesões pulmonares, excreção viral e transmissão entre os animais (CHAMBA PARDO et al, 2019). As vacinas que na sua grande maioria utilizam o vírus inteiro inativado induzem a produção de altos níveis de anticorpos neutralizantes, sendo eles direcionados para as glicoproteínas de superfície do vírus, a Hemaglutinina (HA) e a Neuraminidase (NA). (HOLZER et al, 2019).

Figura 1 – A Hemaglutinina (HA) e a Neuraminidase (NA) representadas na figura são as porções imunogênicas do vírus Influenza tipo A.

Um dos principais gargalos para o controle do vírus Influenza no sistema de produção é impedir que leitoas de reposição adentrem nas granjas, positivas para o agente, pois elas podem estar carreando um novo subtipo viral. Desse modo, estratégias sob essa categoria se mostram essenciais, utilização de quarentena na granja e vacinação de leitoas de reposição vêm demonstrando uma diminuição significativa de leitoas positivas para Influenza na chegada em sua granja de destino (HANSEN et al, 2022).

Outra forma de manutenção do vírus Influenza no sistema de produção é o desmame de leitões positivos para o agente, que levará a uma circulação bastante expressiva nas fases subsequentes, principalmente durante a fase de creche (LARA, 2022). Visando avaliar quais fatores apresentavam maior influência sobre a probabilidade de se ter leitões positivos para Influenza ao desmame, CHAMBA PARDO et al (2018) identificaram que os principais fatores são a entrada ou não de leitoas positivas para o sistema de produção, e a utilização ou não de vacinas sob o plantel reprodutivo.

Figura 2 – Probabilidade de se ter leitões positivos ao desmame para o vírus Influenza de acordo com diferentes protocolos vacinais em granjas de matrizes. Linha vermelha: plantel não vacinado. Linha verde: plantel reprodutivo vacinado somente no pré-parto. Linha azul: vacinação do plantel reprodutivo de forma massal.

Além de estratégias ligadas à vacinação, biosseguridade e planejamento do sistema de produção também são pontos importantes que devem ser levados em consideração. Em relação à biosseguridade, os fômites têm um papel significativo na transmissão do vírus Influenza, em que os materiais utilizados no manejo dos animais, caso não sejam devidamente desinfectados, podem servir de fonte de contaminação para leitões suscetíveis. Isso nos alerta não somente para a transmissão direta do vírus, mas também para as formas indiretas. (ALLERSON et al, 2013). Outros fatores relevantes para o tema biosseguridade são a utilização de todos dentro e todos fora em categorias em que esse manejo seja possível, a quarentena em granjas de matrizes que recebem reposição externa e a formação de pirâmides sanitárias em sistemas verticalizados.

Sendo assim, é nítido como devemos adequar os nossos sistemas pensando na patogenia dos diferentes agentes infecciosos. Negligenciar manejos básicos, como limpeza e desinfecção, ou o cuidado com os animais de reposição, pode facilmente resultar em um desequilíbrio sanitário em todo o plantel. Além disso quando falamos de agentes virais como a Influenza, atuar sobre a imunidade do plantel faz toda a diferença, sendo que a partir do momento que os animais têm imunidade específica para o agente a circulação dele fica comprometida, melhorando a sanidade geral do rebanho e diminuindo os desafios sanitários.

Autor: Dener Paulo Tres – Assistente Técnico - Suínos.

 

 

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