Foco na prevenção de doenças e na promoção da saúde dos animais

02-Oct-2024
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A integração de medidas na rotina das granjas é essencial para garantir a sustentabilidade da produção animal e a segurança da saúde pública, criando um futuro mais seguro.

Introdução

Reduzir o uso de antibióticos na medicina humana e animal é um objetivo a ser atingido para minimizar os impactos negativos da resistência antimicrobiana. Visto como uma emergência global e potencial risco de epidemia para este século pelas agências de saúde governamentais, a resistência antimicrobiana é um processo evolutivo das bactérias que foi facilitado pelo uso indiscriminado de antibióticos.

Os antibióticos, quando utilizados de forma racional, são ferramentas eficazes que ancoram problemas complexos de saúde, biosseguridade e bem-estar de humanos e animais. Para produzir sem essa ferramenta em sistemas de produção intensivos, é necessário reajustar os sistemas produtivos considerando bem-estar animal e o (re)estabelecimento de relações harmoniosas entre animais, meio-ambiente e pessoas – o conceito de One Health.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais da metade dos antibióticos produzidos no mundo são destinados à saúde animal, sendo que, a grande maioria deles são utilizados em sistemas de produção animal industriais. A suinocultura é uma das atividades que mais utiliza antibióticos em sua produção. Nos países emergentes, incluindo o Brasil, os antibióticos são utilizados como um paliativo para problemas estruturais de saúde e bem-estar animal. Dessa forma, o uso prudente de antibióticos demanda a necessidade de discussão dos modelos de produção adotados pela indústria e de se apresentar alternativas objetivas e praticáveis, compatíveis com a realidade dos produtores.

Nesse contexto, a biosseguridade emerge como uma ferramenta essencial para promover o uso racional de antibióticos. Este artigo explora como a adoção de medidas de biosseguridade eficazes pode reduzir a dependência de antibióticos, melhorar a saúde dos animais e contribuir para uma produção animal mais sustentável.

Biosseguridade refere-se a um conjunto de práticas e estratégias destinadas a prevenir a introdução e propagação de doenças infecciosas nas populações animais. Em um ambiente de produção animal, a biosseguridade é vital para proteger os rebanhos de patógenos que podem causar enfermidades, muitas vezes levando à necessidade de tratamento antibiótico. Sabe-se que, por exemplo, rigorosos protocolos de controle de pragas, higiene, limpeza e desinfecção de ambientes veículos e calçados, dentre outras práticas, podem reduzir significativamente as chances de entrada ou disseminação de patógenos dentro de um sistema produtivo.

Biosseguridade e Uso Racional de Antibióticos

O uso racional de antibióticos implica a utilização adequada desses medicamentos, restrita a casos necessários, sob supervisão veterinária. A biosseguridade desempenha um papel fundamental nesse contexto, na medida em que:

  • Ao implementar práticas de biosseguridade, os produtores conseguem minimizar surtos de doenças. Com um rebanho mais saudável, a necessidade de utilizar antibióticos para tratamento de infecções é reduzida.
  • Ambientes controlados e saudáveis, proporcionados por medidas de biosseguridade, limitam a exposição dos animais a patógenos. Isso diminui a pressão sobre o uso de antimicrobianos como tratamento preventivo.
  • Animais saudáveis, que não estão estressados ou doentes, requerem menos intervenções medicamentosas. A biosseguridade assegura um ambiente propício à saúde dos animais, reduzindo assim a dependência de antibióticos.
  • A resistência aos antibióticos é frequentemente exacerbada pelo uso excessivo e inadequado. A biosseguridade pode reduzir a frequência de infecções, o que, por sua vez, limita o uso desnecessário de antibióticos, contribuindo para a preservação da sua eficácia.

Implementação de Medidas de Biosseguridade

Para que as medidas de biosseguridade sejam efetivas no uso racional de antibióticos, é necessário um compromisso coletivo entre empresas, produtores, veterinários e órgãos reguladores. Algumas ações práticas incluem:

  1. Treinamento e Capacitação: Promover a educação contínua de todos aqueles envolvidos no processo de produção sobre a importância das práticas de biosseguridade e suas relações com a saúde animal e o uso racional de antibióticos.
  2. Protocolos de Biosseguridade: Desenvolver e implementar protocolos de biosseguridade adaptados às necessidades específicas de cada propriedade que sejam objetivos, práticos e eficazes, conforme a realidade de cada produtor.
  3. Monitoramento e Avaliação: Avaliar constantemente as práticas de biosseguridade e seus resultados na saúde do rebanho e na utilização de antibióticos.
  4. Inovação e Pesquisa: Investir em pesquisa para desenvolver novas estratégias de manejo, vacinas e tratamentos alternativos que reduzam a dependência de antibióticos.

Conclusão

A biosseguridade é uma ferramenta indispensável para promover o uso racional de antibióticos na produção animal. Ao focar na prevenção de doenças e na promoção da saúde dos animais, as práticas de biosseguridade não só protegem os rebanhos, mas também colaboram significativamente para a luta contra a resistência antibiótica. A integração dessas medidas na rotina das granjas é essencial para garantir a sustentabilidade da produção animal e a segurança da saúde pública, criando um futuro mais seguro e saudável tanto para os animais quanto para os humanos.

Na Lanxess Biosecurity Solutions, temos a preocupação de garantir uma produção de alimentos segura e sustentável. Dessa forma, somos referência mundial em soluções para biosseguridade, levando não só produtos, mas também todo o know-how de nossa equipe ao campo. Contate-nos e saiba mais sobre nossas soluções.

 

Referências bibliográficas

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DA SILVA, R. A. G. Pigs are ok, why change? : Voices of pig production stakeholders in relation to animal welfare and antibiotics use. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2021.

VAN BOECKEL, T. P. et al. Global trends in antimicrobial resistance in animals in low- and middle-income countries. Science, v. 365, n. 1266, p. 1–5, 20 set. 2019.

 

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